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O Método das Três Linhas de Defesa

As organizações públicas operam em ambientes cada vez mais complexos, onde a necessidade de uma governança sólida e um gerenciamento de riscos eficaz é crucial. Para enfrentar esses desafios, o Instituto dos Auditores Internos (IIA) atualizou o Modelo das Três Linhas de Defesa em 2020. Este modelo é uma ferramenta valiosa para ajudar as organizações a identificar estruturas e processos que auxiliem no atingimento de objetivos e facilitem uma governança robusta. Neste artigo, vamos detalhar os princípios e fundamentos do modelo, ilustrando sua aplicação na administração pública para que os estudantes possam utilizar esse conhecimento em sua preparação para concursos públicos e em suas futuras carreiras.

Princípios do Modelo das Três Linhas

Princípio 1: Governança

A governança de uma organização pública exige estruturas e processos que permitam:

  • Prestação de Contas: O órgão de governança deve ser responsável perante os stakeholders (cidadãos, órgãos reguladores, entre outros) pela supervisão da organização, demonstrando integridade, liderança e transparência.
  • Ações da Gestão: A gestão deve tomar decisões baseadas em riscos e aplicar recursos para atingir os objetivos da organização.
  • Avaliação Independente: A auditoria interna deve oferecer avaliação e assessoria independente para proporcionar clareza e confiança, promovendo a melhoria contínua.

Princípio 2: Papéis do Órgão de Governança

O órgão de governança deve garantir:

  • Estruturas Adequadas: Estruturas e processos eficazes para uma governança sólida.
  • Alinhamento com Stakeholders: As atividades e objetivos da organização devem estar alinhados com os interesses dos stakeholders.
  • Delegação de Responsabilidades: Responsabilidades e recursos devem ser delegados à gestão para alcançar os objetivos organizacionais.
  • Supervisão da Auditoria Interna: Estabelecer e supervisionar uma função de auditoria interna independente, objetiva e competente.

Princípio 3: Gestão e Papéis da Primeira e Segunda Linhas

A gestão é responsável por atingir os objetivos organizacionais, dividindo suas funções em:

  • Primeira Linha: Direção e execução das operações diárias, incluindo a gestão de riscos diretamente associados à entrega de produtos e serviços.
  • Segunda Linha: Funções especializadas que fornecem suporte, monitoramento e avaliação de riscos, como conformidade, controle interno, segurança da informação, e sustentabilidade.

Princípio 4: Papéis da Terceira Linha

A auditoria interna deve:

  • Avaliação e Assessoria Independentes: Oferecer avaliações objetivas sobre a eficácia da governança e do gerenciamento de riscos.
  • Promoção da Melhoria Contínua: Facilitar melhorias contínuas através de processos sistemáticos e disciplinados.

Princípio 5: Independência da Terceira Linha

A independência da auditoria interna é essencial para garantir sua objetividade e credibilidade. Isso é alcançado por meio de:

  • Prestação de Contas ao Órgão de Governança: A auditoria interna deve ter acesso direto ao órgão de governança.
  • Acesso Irrestrito: Liberdade de acesso a informações, recursos e dados necessários.
  • Liberdade de Interferência: Independência no planejamento e execução das auditorias.

Princípio 6: Criando e Protegendo Valor

Para criar e proteger valor, todas as funções devem estar alinhadas aos interesses dos stakeholders, garantindo:

  • Comunicação Eficaz: Entre todas as linhas de defesa.
  • Cooperação e Colaboração: Para assegurar a coerência e a transparência das informações.

Aplicação do Modelo das Três Linhas na Administração Pública

Estrutura, Papéis e Responsabilidades

O Modelo das Três Linhas deve ser adaptado às necessidades específicas de cada organização pública. A estrutura organizacional e a atribuição de papéis são determinadas pela gestão e pelo órgão de governança. A independência da auditoria interna é fundamental para garantir a objetividade de suas avaliações.

Supervisão e Avaliação

O órgão de governança depende de relatórios da gestão, da auditoria interna e de outros para exercer a supervisão e alcançar seus objetivos. A gestão oferece uma avaliação valiosa sobre os resultados planejados, reais e previstos, enquanto a auditoria interna proporciona uma avaliação independente.

Coordenação e Alinhamento

A governança eficaz requer a atribuição clara de responsabilidades e um forte alinhamento das atividades por meio de cooperação, colaboração e comunicação. O órgão de governança busca confirmar, por meio da auditoria interna, que as estruturas e processos de governança estão operando conforme planejado.

Exemplo Didático: Implementação de um Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos

Uma prefeitura de uma cidade média está implementando um novo sistema de gestão de resíduos sólidos para melhorar a coleta, o processamento e a disposição final do lixo. O projeto envolve múltiplos stakeholders, incluindo cidadãos, empresas de coleta de lixo, órgãos reguladores e ONGs ambientais.

Primeira Linha de Defesa: Gestão Operacional

Papéis e Responsabilidades:

  • Gestores de Projeto: Implementam o sistema e monitoram as operações diárias.
  • Funcionários de Coleta: Realizam a coleta e transporte dos resíduos.
  • Supervisores de Coleta: Garantem o cumprimento dos procedimentos.

Atividades:

  • Planejamento e execução das atividades diárias de coleta.
  • Monitoramento contínuo das operações.
  • Relatórios diários e semanais sobre a quantidade de resíduos coletados.

Segunda Linha de Defesa: Funções de Gerenciamento de Riscos e Conformidade

Papéis e Responsabilidades:

  • Equipe de Gerenciamento de Riscos: Identifica e avalia riscos.
  • Equipe de Conformidade Ambiental: Assegura a conformidade com normas ambientais.
  • Auditores de Conformidade Interna: Realizam auditorias regulares.

Atividades:

  • Análise e mitigação de riscos.
  • Monitoramento da conformidade ambiental.
  • Treinamento dos funcionários da primeira linha.

Terceira Linha de Defesa: Auditoria Interna

Papéis e Responsabilidades:

  • Auditores Internos: Avaliam a eficácia das duas primeiras linhas.
  • Chief Audit Executive (CAE): Reporta ao conselho municipal e ao prefeito.

Atividades:

  • Auditorias periódicas para avaliar controles operacionais e de conformidade.
  • Produção de relatórios detalhados com recomendações de melhorias.
  • Avaliação da adequação dos processos de gerenciamento de riscos.

Interações e Coordenação

Comunicação entre as Linhas:

  • A primeira linha reporta à segunda linha sobre atividades e desafios.
  • A segunda linha comunica resultados à terceira linha.
  • O órgão de governança recebe relatórios regulares da auditoria interna e da gestão.

A aplicação do Modelo das Três Linhas de Defesa na administração pública ajuda a prefeitura a gerenciar eficientemente o novo sistema de gestão de resíduos sólidos, garantindo a conformidade com as normas ambientais e mitigando riscos operacionais. Cada linha de defesa desempenha um papel crucial, proporcionando uma estrutura robusta para alcançar os objetivos organizacionais e proteger o interesse público.

Este artigo oferece uma base para que vocês compreendam e apliquem o Modelo das Três Linhas de Defesa nas questões de concursos que tem abordado o tema com certa frequência em Gestão de Riscos.

Adaptação do Modelo de Três Linhas de Defesa

O modelo de três linhas pode ser adaptado de acordo com as necessidades e especificidades da organização, incluindo a introdução do controle externo como uma possível terceira linha de defesa. O modelo apresentado pelo Instituto dos Auditores Internos (IIA) é uma referência amplamente aceita, mas não é a única forma de estruturar o gerenciamento de riscos e governança dentro de uma organização. Vamos explorar como isso pode ser feito.

Modelo Adaptado das Três Linhas de Defesa com Controle Externo

Primeira Linha de Defesa: Gestão Operacional

Papéis e Responsabilidades:

  • Gestores de Processo e Operações: Implementam e mantêm controles internos para gerenciar riscos diretamente associados às operações diárias.
  • Funcionários Operacionais: Executam atividades operacionais seguindo procedimentos estabelecidos e reportam incidentes e riscos.

Atividades:

  • Execução de tarefas e processos operacionais.
  • Monitoramento contínuo e relatórios de desempenho.
  • Identificação e mitigação de riscos operacionais no dia a dia.

Segunda Linha de Defesa: Funções de Gestão de Riscos e Conformidade

Papéis e Responsabilidades:

  • Gestão de Riscos e Conformidade: Fornece orientação, ferramentas, e monitoramento especializado para ajudar a primeira linha a gerenciar riscos e garantir conformidade com leis e regulamentos.
  • Controle Interno e Segurança: Monitora e verifica a eficácia dos controles implementados pela primeira linha.

Atividades:

  • Desenvolvimento de políticas e procedimentos.
  • Monitoramento e análise de riscos.
  • Revisão de conformidade e auditorias internas regulares.

Terceira Linha de Defesa: Auditoria Externa e Controle Externo

Papéis e Responsabilidades:

  • Auditoria Externa: Realiza avaliações independentes sobre a eficácia das duas primeiras linhas e fornece relatórios aos órgãos de governança externos.
  • Órgãos de Controle Externo (e.g., Tribunal de Contas, Auditoria Governamental): Realizam auditorias externas e independentes, garantindo a prestação de contas à sociedade e verificando a conformidade com as normas legais e regulatórias.

Atividades:

  • Auditorias externas periódicas.
  • Revisão e avaliação da eficácia das políticas de gestão de riscos e controles internos.
  • Relatórios de auditoria apresentados aos órgãos de governança e stakeholders externos.

Benefícios da Inclusão do Controle Externo

  1. Independência e Objetividade: A auditoria externa, por ser independente das operações da organização, pode fornecer uma avaliação objetiva da eficácia dos controles internos e do gerenciamento de riscos.
  2. Transparência e Prestação de Contas: Os relatórios de auditoria externa promovem a transparência e fortalecem a prestação de contas à sociedade e aos stakeholders.
  3. Conformidade Regulatória: O controle externo ajuda a garantir que a organização esteja em conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis, minimizando riscos legais e regulatórios.
  4. Melhoria Contínua: As recomendações de auditoria externa podem identificar áreas de melhoria nos processos internos e no gerenciamento de riscos, contribuindo para a melhoria contínua da organização.

Embora o modelo das Três Linhas de Defesa do IIA seja uma referência sólida, ele pode e deve ser adaptado para atender às necessidades específicas de diferentes organizações. A inclusão do controle externo como uma terceira linha pode ser particularmente útil em organizações públicas ou em setores altamente regulamentados, onde a transparência e a prestação de contas são cruciais. Esta adaptação do modelo permite uma abordagem mais abrangente e robusta para a gestão de riscos e a governança, garantindo que todos os aspectos da organização sejam monitorados e avaliados de forma eficaz.

Leitura complementar: Modelo das Três Linhas do IIA – 2020

Políticas Públicas

Outro dia em sala de aula tive o questionamento, afinal, o bolsa-família é uma política distributiva ou redistributiva? Vamos explorar esse tema hoje? Antes de chegar a uma conclusão, vamos compreender as políticas públicas e suas classificações.

Política pública é um plano de ação governamental que visa atingir objetivos específicos e resolver problemas identificados na sociedade. Essas políticas podem ser desenvolvidas em diferentes áreas, como saúde, educação, segurança, meio ambiente, entre outras. Elas são formuladas e implementadas por diversos níveis de governo (federal, estadual e municipal) e envolvem a participação de múltiplos atores, incluindo o setor público, o setor privado e a sociedade civil.

Características das Políticas Públicas

  • Intencionalidade: As políticas públicas são planejadas com a intenção de alcançar objetivos específicos e resolver problemas sociais, econômicos ou políticos.
  • Processo Contínuo: Envolve um ciclo de formulação, implementação, monitoramento e avaliação que se retroalimenta constantemente.
  • Atores Múltiplos: São formuladas e implementadas por uma variedade de atores, incluindo governos, legisladores, burocratas, organizações da sociedade civil, empresas privadas e cidadãos.
  • Base Legal: Geralmente, são fundamentadas em leis, decretos e regulamentos que estabelecem suas diretrizes e mecanismos de execução.
  • Uso de Recursos Públicos: Envolvem a alocação de recursos financeiros, humanos e materiais, muitas vezes oriundos do orçamento público.

Objetivos das Políticas Públicas

  • Resolver Problemas Sociais: Atender às necessidades básicas da população, como saúde, educação, segurança e moradia.
  • Promover a Justiça Social: Reduzir desigualdades sociais e econômicas, promovendo a inclusão social.
  • Estimular o Desenvolvimento Econômico: Criar condições para o crescimento econômico sustentável e a geração de empregos.
  • Garantir Direitos: Assegurar o cumprimento de direitos fundamentais previstos na constituição e em outras leis.
  • Proteger o Meio Ambiente: Promover a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais.

Ciclo de Políticas Públicas

O ciclo de políticas públicas pode ser dividido em várias etapas principais:

  1. Identificação de Problemas: Reconhecimento e definição dos problemas que necessitam de intervenção governamental.
  2. Formação da Agenda: Seleção dos problemas que serão priorizados e tratados pelo governo.
  3. Formulação de Políticas: Desenvolvimento de possíveis soluções e alternativas para os problemas identificados.
  4. Tomada de Decisão: Escolha de uma das alternativas formuladas para ser implementada.
  5. Implementação: Execução das ações e medidas planejadas, alocação de recursos e mobilização de esforços para a efetivação da política.
  6. Monitoramento: Acompanhamento contínuo da execução da política para garantir que os objetivos estão sendo alcançados.
  7. Avaliação: Análise dos resultados obtidos e dos impactos da política, com o objetivo de verificar sua eficácia, eficiência e efetividade.

Tipos de Políticas Públicas

  • Políticas Distributivas: Alocam recursos públicos amplamente para diversos beneficiários, como subsídios e construção de infraestrutura.
  • Políticas Redistributivas: Transferem recursos de um grupo para outro, visando reduzir desigualdades, como programas de transferência de renda.
  • Políticas Regulativas: Impõem restrições e normas para regular comportamentos e atividades, como regulamentações ambientais e normas de segurança.
  • Políticas Constitutivas: Estabelecem as regras do jogo político e administrativo, definindo a estrutura e o funcionamento das instituições governamentais.

Atores Envolvidos nas Políticas Públicas

  • Governo (Executivo, Legislativo e Judiciário): O executivo formula e implementa políticas; o legislativo cria leis e fiscaliza; o judiciário garante a legalidade das políticas.
  • Burocracia (Servidores Públicos): Responsáveis pela execução diária das políticas e pela gestão dos recursos públicos.
  • Partidos Políticos: Influenciam a formulação de políticas de acordo com suas ideologias e plataformas políticas.
  • Grupos de Interesse e Lobby: Representam setores específicos da sociedade e buscam influenciar políticas em seu favor.
  • Organizações Não Governamentais (ONGs): Atuam na defesa de direitos e na promoção de causas sociais, podendo ser parceiras na implementação de políticas.
  • Mídia: Informa a população sobre políticas públicas, fiscaliza a atuação governamental e influencia a opinião pública.
  • Cidadãos e Sociedade Civil: Participam ativamente do processo político, desde a definição de problemas até a avaliação de políticas.
  • Universidades e Instituições de Pesquisa: Produzem conhecimento e análises que subsidiam a formulação e avaliação das políticas.
  • Organismos Internacionais: Influenciam políticas nacionais através de acordos, financiamento e cooperação técnica.

Bolsa Família (Lei nº 14.601/2023):

O Bolsa Família é um exemplo de política pública redistributiva.

Características da Política Redistributiva:

  • Objetivo Principal: Reduzir desigualdades sociais e econômicas, transferindo recursos de uma parte da sociedade para outra, geralmente dos mais ricos para os mais pobres.
  • Beneficiários: Famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.
  • Mecanismo: Transferência direta de renda, com o objetivo de complementar a renda familiar e garantir um nível mínimo de consumo.
  • Impacto Social:
    • Melhoria na qualidade de vida das famílias beneficiadas.
    • Redução da pobreza e da extrema pobreza.
    • Aumento do acesso a serviços básicos, como educação e saúde.

Bolsa Família:

Objetivo:

  • Combater a pobreza e a desigualdade social no Brasil.
  • Promover a inclusão social e a emancipação das famílias beneficiadas.

Beneficiários:

  • Famílias em situação de pobreza (renda per capita inferior a R$ 218,00).

Componentes do Programa:

  • Transferência de Renda: Transferência de recursos financeiros mensais para as famílias beneficiadas.
  • Condicionalidades: Requisitos que as famílias precisam cumprir para continuar recebendo o benefício, como a frequência escolar das crianças e a realização de acompanhamento de saúde (vacinação, pré-natal, etc.).

Impacto do Bolsa Família:

  • Educação: Melhora na frequência escolar e na redução da evasão escolar.
  • Saúde: Aumento no acesso a serviços de saúde preventiva.
  • Economia: Estímulo ao consumo e à economia local.
  • Inclusão Social: Promoção da cidadania e redução da exclusão social.

O Bolsa Família é um programa que exemplifica bem a função redistributiva do Estado, direcionando recursos para os segmentos mais vulneráveis da população e buscando criar condições para a superação da pobreza.

Caiu na prova…

CESPE / CEBRASPE - 2021 - AL-CE - Analista Legislativo - Ciências Contábeis

Acerca da classificação das políticas públicas referidas quanto às funções econômicas do Estado, julgue os itens a seguir.

I A obra pública de transposição do rio São Francisco configura um exemplo da função alocativa.
II As políticas econômicas governamentais adotadas, nas décadas de 1980 e 1990, para controlar a hiperinflação são exemplos da função estabilizadora.
III As políticas de transferência de renda a populações mais carentes, como o programa Bolsa Família ou o Abono/Auxílio Emergencial distribuído no período da pandemia, são exemplos da função distributiva.

O gabarito oficial deu como todas as afirmativas corretas, mas agora repare ao comando da questão e como foi classificado o Bolsa-Família. No comando da questão é solicitado julgar considerando as funções econômicas do Estado, vamos agora detalhar esse ponto?

Funções Econômicas do Estado

As funções econômicas do Estado referem-se aos papéis fundamentais que o governo desempenha para promover o bem-estar econômico e social da sociedade. Essas funções podem ser classificadas principalmente em três grandes categorias: função alocativa, função distributiva e função estabilizadora. Abaixo estão as descrições detalhadas de cada uma dessas funções:

1. Função Alocativa

A função alocativa do Estado envolve a provisão de bens e serviços públicos e a correção de falhas de mercado. O objetivo é garantir a alocação eficiente de recursos na economia para maximizar o bem-estar social.

Principais Aspectos:

  • Provisão de Bens Públicos: O Estado fornece bens e serviços que o mercado privado não consegue fornecer de maneira eficiente ou equitativa, como infraestrutura, segurança pública, defesa nacional e educação básica.
  • Correção de Externalidades: O governo intervém para corrigir externalidades positivas e negativas, como a poluição (externalidade negativa) ou a educação (externalidade positiva).
  • Regulação de Monopólios Naturais: O Estado regula ou fornece diretamente serviços em setores onde o monopólio natural ocorre, como fornecimento de água e energia.

Exemplos:

  • Construção de estradas, pontes e outras infraestruturas.
  • Serviços de saúde pública e educação.
  • Regulação ambiental e controle da poluição.

2. Função Distributiva

A função distributiva do Estado se refere às políticas e ações destinadas a redistribuir a renda e a riqueza na sociedade, com o objetivo de reduzir as desigualdades econômicas e sociais.

Principais Aspectos:

  • Transferência de Renda: Programas de transferência de renda, como pensões, bolsas e subsídios, destinados a apoiar os grupos mais vulneráveis.
  • Impostos Progressivos: Estrutura tributária onde os mais ricos pagam uma porcentagem maior de sua renda em impostos do que os mais pobres, contribuindo para a redistribuição da riqueza.
  • Serviços Sociais: Provisão de serviços sociais gratuitos ou subsidiados, como saúde, educação e assistência social.

Exemplos:

  • Programas de transferência de renda como o Bolsa Família.
  • Subsídios habitacionais para populações de baixa renda.
  • Sistema de seguridade social.

3. Função Estabilizadora

A função estabilizadora do Estado envolve medidas para manter a estabilidade macroeconômica, controlando a inflação, o desemprego e promovendo o crescimento econômico estável e sustentável.

Principais Aspectos:

  • Política Fiscal: Uso do orçamento público (impostos e gastos) para influenciar a economia, como aumentar os gastos públicos para combater a recessão ou reduzir os gastos para controlar a inflação.
  • Política Monetária: Controle da oferta de dinheiro e das taxas de juros pelo banco central para estabilizar a economia.
  • Regulação do Mercado Financeiro: Supervisão e regulação dos mercados financeiros para prevenir crises financeiras e proteger os consumidores.

Exemplos:

  • Planos econômicos para combater a hiperinflação.
  • Ajustes fiscais para equilibrar o orçamento público.
  • Políticas de estímulo econômico durante recessões.

Resumo das Funções Econômicas do Estado:

  1. Função Alocativa: Provisão de bens e serviços públicos e correção de falhas de mercado.
  2. Função Distributiva: Redistribuição de renda e riqueza para reduzir desigualdades.
  3. Função Estabilizadora: Manutenção da estabilidade macroeconômica.

Veja, a questão realmente confere com os conceitos sobre a função econômica do Estado, pois apesar de termos termos semelhantes com as classificações de políticas públicas, eles se referem a descrições distintas, ou seja, a função econômica distributiva está relacionada com o tipo de política redistributiva. Mas não paramos por aqui, esse tema é mais espinhoso do que se imagina. Ao pesquisar no Questões de Concursos questões sobre Políticas Públicas e inserindo o termo “bolsa-família”, encontrei 9 questões, porém, duas questões realmente relacionaram o bolsa-família com o tipo de política, veja então a segunda questão, mais recente:

CESPE / CEBRASPE - 2023 - SEPLAN-RR - Analista de Planejamento e Orçamento - Especialidade: Tecnologia da Informação

A participação da população nas decisões governamentais, traduzidas nas políticas públicas, é fundamental para a devida consolidação da democracia, a transparência, a cidadania e o controle social. Acerca desse tema, julgue o item que se segue. 

O Programa Auxílio Brasil, que se caracteriza pelo pagamento de uma bolsa mensal (renda mínima), é um programa federal de transferência direta de renda que integra benefícios de assistência social, saúde, educação e emprego, destinado às famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza. Logo, de acordo com a classificação da tipologia de Theodore Lowi, trata-se de uma política distributiva.
A questão foi dada como certa, porém temos que avaliar como um todo (Programa) e não apenas o pagamento mensal do bolsa-família. O famoso peguinha na questão. Ao avaliar o programa, temos ações, além da bolsa mensal (bolsa-família), benefícios de assistência social, saúde, educação e emprego, ou seja, temos aqui mais ações de universalidade, como emprego, educação e saúde. Ao considerar o todo, e não uma pequena parte, o programa de fato entra no critério, segundo Lowi, de Distributiva. 

Programa Auxílio Brasil:

  • Descrição: Programa federal de transferência direta de renda, caracterizado pelo pagamento de uma bolsa mensal para famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Além disso, integra benefícios de assistência social, saúde, educação e emprego.
  • Objetivo: Prover renda mínima para famílias vulneráveis, melhorando sua qualidade de vida e acesso a serviços básicos.

Justificativa para a Classificação como Política Distributiva

Políticas Distributivas (segundo Theodore Lowi):

  • Definição: Políticas que alocam recursos públicos de forma ampla, beneficiando diversos grupos ou regiões sem a transferência explícita de recursos de um grupo específico para outro.
  • Características:
    • Benefícios são amplamente distribuídos.
    • Normalmente não envolvem altos níveis de conflito político, pois os custos são diluídos.

Contextualização do Auxílio Brasil como Política Distributiva:

  • Alocação Ampla de Recursos: O programa beneficia um grande número de famílias em todo o país, sem especificar uma origem particular dos recursos transferidos.
  • Benefícios Múltiplos: Além da transferência de renda, o programa oferece acesso a serviços de saúde, educação e emprego, ampliando a gama de benefícios distribuídos.

Possível Confusão com Políticas Redistributivas:

  • Políticas Redistributivas:
    • Definição: Políticas que transferem recursos de grupos mais ricos para grupos mais pobres, visando reduzir desigualdades.
    • Exemplo: Programas de transferência de renda como o Bolsa Família ou o próprio Auxílio Brasil, quando vistos sob a ótica de redistribuição de recursos para reduzir desigualdades.

Motivo para Classificação como Distributiva na Questão:

A questão provavelmente enfatiza a natureza ampla e diversificada do programa, que vai além da simples transferência de renda e inclui múltiplos benefícios para diferentes setores (saúde, educação, emprego). Isso pode ter levado à classificação como política distributiva, visto que os benefícios são amplamente distribuídos e alcançam um grande número de pessoas.

Deixo a todos vocês dois links de publicações disponíveis no Portal do IPEA e outros dois links de vídeos publicados no Canal do IPEA sobre o bolsa-família.

Arquivo: Os Efeitos Do Programa Bolsa Família Sobre A Pobreza E A Desigualdade: Um Balanço Dos Primeiros Quinze Anos

Arquivo: Pobreza, Redistribuição e o Programa Bolsa Família na Percepção dos Brasileiros

Vídeo: Panorama Ipea – 12 anos do Bolsa Família

Vídeo: Panorama Ipea – Os dez anos do Bolsa Família

Ao consultar os respectivos arquivos me deparei que ambos exploram o termo de redistribuição ao tratarem do Bolsa Família, assim, ao utilizar a referência bibliográfica de Reinaldo Dias e Fernanda Matos, na obra Políticas Públicas – Princípios, Propósitos e Processos, encontro o exemplo de uma Política Redistributiva o próprio Bolsa-Família.

A conclusão que chego é que as bancas, principalmente o CESPE/CEBRASPE, utilizam esses termos como “peguinhas” para pegarem os alunos, e assim, CUIDADO, pois podemos sim cair nos pegas. Um direcionamento é que ao resolver a questão vejam em primeiro momento, se estão pedindo para analisar sobre função econômica do Estado ou se é uma tipologia segundo Theodore Lowi. Segundo, se estão buscando diferenciar a redução da desigualdade social (redistributiva) ou se o foco são em mais ações universais, como um programa (conjunto de políticas), o que terá tipologia distributiva.

Materiais Complementares para o Concurso do CNU 2024

Gestão de Projetos, Gestão de Processos e Gestão de Riscos


Estou disponibilizando alguns recursos valiosos para a sua preparação em concursos públicos, especialmente nas áreas de gestão de projetos, processos e riscos. Estes materiais são reconhecidos internacionalmente e fornecem uma base sólida para o seu estudo e desenvolvimento.

Arquivos Disponíveis:

1. Gestão de Projetos – PMBOK (5ª, 6ª e 7ª Edição)

Esta edição aborda as boas práticas de gestão de projetos conforme estabelecido pelo Project Management Institute (PMI). Foca nos cinco grupos de processos (iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento) e nas dez áreas de conhecimento.

Ideal para entender os fundamentos clássicos e as melhores práticas tradicionais de gestão de projetos.

Atualiza as boas práticas de gestão de projetos com novas abordagens, incluindo métodos ágeis. Introduz mudanças nas áreas de conhecimento e inclui o conceito de Gestão de Projetos Ágeis.

Essencial para candidatos que desejam compreender tanto práticas tradicionais quanto modernas na gestão de projetos.

Reflete uma mudança significativa na abordagem do PMI, focando em princípios de gestão de projetos e em uma abordagem baseada em resultados, em vez de processos detalhados.

Importante para quem busca uma visão mais flexível e adaptável da gestão de projetos, alinhada com a evolução do mercado e práticas atuais.

2. Gestão de Processos – BPM CBOK 3.0 e BPMN 2.0

Guia completo do Corpo Comum de Conhecimento em Gestão de Processos de Negócio (BPM). Cobre conceitos, métodos e práticas de BPM.

Fundamental para entender a gestão de processos de negócio, uma competência crítica para melhorar a eficiência e eficácia organizacional.

Padrão para modelagem de processos de negócios que fornece uma notação gráfica para especificar processos de negócios em um Business Process Diagram (BPD).

Essencial para aprender a modelar processos de forma clara e compreensível, uma habilidade valiosa para a documentação e melhoria de processos.

3. Gestão de Riscos – ISO 31000/2018

Padrão internacional que fornece diretrizes sobre gestão de riscos. Oferece princípios, estrutura e um processo para gerenciar riscos de forma eficaz.

Importante para candidatos que precisam compreender a gestão de riscos, um componente crucial para qualquer setor, especialmente na administração pública.

Como Esses Materiais Ajudam na Preparação para Concursos Públicos:

  • Fornecem uma base teórica e prática sólida nas áreas de gestão de projetos, processos e riscos.
  • Ter acesso aos modelos utilizados em provas de concursos.
  • Além da teoria, esses materiais incluem exemplos práticos e estudos de caso que ajudam a contextualizar o conhecimento.
  • Além de serem úteis para concursos, esses recursos são valiosos para o desenvolvimento contínuo em carreiras nas áreas de gestão.

Aproveite esses materiais para enriquecer seus estudos e preparar-se de maneira abrangente e eficaz para os concursos públicos. Estes recursos são uma excelente oportunidade para aprofundar seus conhecimentos e se destacar na sua carreira profissional. Fiquem atento às ferramentas que são previstas, pois elas são abordadas com frequência em questões de concursos.

Desejo bons estudos e sucesso na sua preparação!

Compliance na Administração Pública: Uma Ferramenta Essencial para a Governança Efetiva

A crescente complexidade e escrutínio do setor público tornam essencial a adoção de práticas efetivas de compliance na administração pública. O compliance, originalmente uma prática comum no setor privado, ganhou destaque no setor público como um instrumento vital para garantir a integridade, a transparência e a eficiência na gestão pública.

O Que É Compliance?

O termo “compliance” é derivado do verbo inglês “to comply”, que significa cumprir, obedecer. No contexto da administração pública, compliance se refere ao conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio e as atividades da instituição, bem como evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer.

A Importância do Compliance na Administração Pública

A administração pública, por sua natureza, tem o dever de servir ao público de maneira transparente e ética. A adoção de práticas de compliance ajuda a assegurar que as ações e decisões tomadas por funcionários e dirigentes estão em conformidade com as leis, regulamentos e políticas pertinentes.

O compliance na administração pública também desempenha um papel crucial na prevenção da corrupção e do mau uso de recursos públicos. Ao estabelecer normas claras e procedimentos de controle, as instituições públicas podem detectar e tratar eficazmente qualquer prática irregular.

Implementação de um Programa de Compliance

A implementação de um programa de compliance efetivo na administração pública envolve várias etapas:

  1. Comprometimento da alta administração: O comprometimento da alta administração é fundamental para estabelecer uma cultura de compliance na organização.
  2. Avaliação de riscos: A avaliação de riscos permite identificar e avaliar os riscos de compliance que a organização enfrenta.
  3. Desenvolvimento de políticas e procedimentos: As políticas e procedimentos de compliance devem ser claramente definidos, comunicados a todos os funcionários e revisados regularmente.
  4. Treinamento e conscientização: Os funcionários devem receber treinamento regular sobre as políticas e procedimentos de compliance e entender a importância do compliance.
  5. Monitoramento e auditoria: Um programa de compliance efetivo requer monitoramento e auditoria contínuos para garantir a conformidade e identificar e corrigir qualquer desvio.
  6. Resposta e prevenção: Quando são identificados problemas de compliance, a organização deve tomar medidas corretivas adequadas e trabalhar para prevenir problemas futuros.

O compliance é uma parte fundamental da boa governança na administração pública. Através da implementação de práticas de compliance efetivas, as instituições públicas podem melhorar a transparência, a responsabilidade e a eficiência de suas operações, beneficiando assim a sociedade como um todo.

Professor de administração dá dicas para o concurso público da AGU

02/10/2018 17:33 | Atualização: 02/10/2018 19:32

Lorena Pacheco

Reprodução/Internet/D.A Press
AGU

O cargo que tem a maior oferta de vagas no concurso público da Advocacia-Geral da União (AGU), lançado nesta terça-feira (2/10), é o de administrador, com 48 oportunidades. Com as provas marcadas para daqui dois meses, em 9 de dezembro, o site de Concursos conversou com o professor Bruno Eduardo Martins, de administração pública do Gran Cursos Online, que acredita que dois meses é tempo suficiente para estudar para a seleção e ser aprovado.

 

De acordo com o especialista, sempre cai, em provas de concursos para o cargo, temas como a evolução da administração pública, as funções do administrador, o planejamento estratégico e gestão de processos, além da organização da administração pública brasileira. “O Decreto 200, que estrutura a administração pública também é sempre cobrado.” 

Martins ainda frisa que as bancas sempre gostam de associar o governo com o seu respectivo tipo de administração. “É importante lembrar as épocas de governo presidencial e seu tipo de gestão administrativa, como por exemplo: o governo de Getúlio Vargas era burocrático, o governo de JK flexibilizou a burocracia, o regime militar descentralizou a administração, já o governo FHC era característico pelo gerencialismo, entre outros”. 

Para não perder o desânimo, Martins aconselha que o concursando comece a se preparar pelas matérias mais técnicas, porque elas costumam gerar certa desmotivação e desgaste, e deixar aquelas disciplinas que tiver mais afinidade e domínio para dedicação em uma segunda etapa dos estudos. “Mais para perto das provas, o aluno deve estudar as matérias que tem mais segurança, mas também não pode esquecer de revisar as técnicas já estudadas.” 

Sobre a disciplina de gestão por processo, o professor alerta: “O guia tem cerca de 400 páginas, por isso pode assustar os candidatos. O ideal é ler um capítulo por dia e manter essa constância durante o período até a aplicação dos testes”. 

Divulgação/Gran Cursos Online
Professor Bruno Eduardo: “É preciso saber estudar e descansar”

Sobre a dissertação, o professor acredita que há de 60% a 70% de chances de administração pública ser o tema cobrado pelo Idecan, a banca organizadora do concurso da AGU. “Temas como planejamento estratégico e ferramenta específicas podem cair. Já teve prova também que cobrou recentemente a evolução da administração publica em redação, por isso é um tema que merece relevância.” 

Feriados

Para tentar vencer o edital e estudar todas as matérias até o dia da avaliação, o especialista alerta os concursandos para tomar cuidado com a quantidade de feriados de outubro e novembro. São cinco feriados até as provas e é preciso cuidado. “A tendência das pessoas é aproveitar as folgas e prometer compensar estudando depois, mas é preciso ter consciência de que não vai dar tempo. O conteúdo programático é extenso. Os feriados devem ser aproveitados para estudar. Claro que o candidato pode e deve descansar durante cerca de um hora durante a preparação, mas é preciso saber descansar e saber estudar.” 

Provas

As avaliações serão aplicadas em 9 de dezembro. Quem concorrer aos cargos de administrador, arquivista, contador e técnico em assuntos educacionais serão avaliados pela manhã, das 9h às 13h30. Já quem concorrer a analista técnico administrativo, bibliotecário e técnico em comunicação social farão as provas na tarde, das 15h às 19h30. Todos no horário de Brasília/DF. 

As provas objetivas serão compostas por 60 itens, sendo 10 de língua portuguesa, 10 de conhecimentos gerais, cinco de raciocínio lógico, cinco de noções de informática e 30 de conhecimentos específicos. Saiba tudo sobre o edital em: Desvendando o edital: Confira todas as etapas do concurso da AGU

http://concursos.correioweb.com.br/app/noticias/2018/10/02/noticiasinterna,38670/professor-de-administracao-da-dicas-para-o-concurso-publico-da-agu.shtml

Frederick Winslow Taylor (1856-1915)

 CONTRIBUIÇÃO INOVADORA

É, sem dúvida, o vulto de maior projeção na história da administração. Embora não tenha sido pioneiro em proclamar e buscar a administração como ciência, Taylor foi o maior propagador da ideia. Seus trabalhos tiveram aceitação e impactos universais, chegando a ser considerado o “Pai da Administração”, sem, na verdade, ter usado essa palavra, mantendo os seus estudos conforme
a terminologia da época da gerência de unidades industriais privadas –management.

Taylor foi reconhecido por suas propostas centradas no nível das tarefas na busca de maior eficiência na produção industrial. Seus seguidores, na maior parte, tentaram dominar suas técnicas de intervenção nos limites da tarefa e nos ambientes do galpão industrial.
Mas ele mesmo tinha uma visão mais ampla de suas propostas. Dizia proclamar uma revolução mental e social na qual suas proposições de melhor desempenho nas tarefas ajudassem a resolver problemas da sociedade. Na verdade, grande parte das controvérsias sobre o seu trabalho foi mais relativa às dimensões sociais e políticas que queria atingir. Gerou uma contribuição importante para o debate sobre as interligações e as consequências maiores dos métodos administrativos para toda a sociedade.

Taylor desenvolveu suas ideias por meio de experimentos práticos. Gostava do ambiente do galpão industrial porque achava ter ali uma missão inovadora, além do prazer em cortar aço, por exemplo. Apesar de aprovado, desistiu Taylor de ingressar na faculdade de Direito como cursou Engenharia, por um arranjo especial de não frequentar as aulas e comparecer somente para os exames. Ficava na indústria, e nas horas de lazer dedicava-se intensamente aos esportes. As longas viagens à Europa, em sua juventude, o fizeram fluente em francês e alemão e o ajudaram em novas perspectivas sobre a realidade social. Por ser de família de posses e amigo dos proprietários da empresa onde trabalhava, antes de se tornar consultor, teve mais apoio e liberdade para seus experimentos. No entanto, sua posição social elevada e seus interesses de classe deixaram influência em suas relações de trabalho.

Taylor preocupava-se intensamente com a ineficiência que prevalecia nos ambientes industriais e de produção: culpava tanto os trabalhadores quanto os gerentes, mas colocava pesadamente a culpa nesses últimos, segundo ele responsáveis por 90% dos problemas.

Trabalhadores eram admitidos para desempenhar certas tarefas, com instruções mínimas e sem incentivos de produção. Gerentes pouco ou nada se preocupavam com as tarefas, além de um papel de controle restrito ao uso da autoridade. Nesse ambiente conducente à ineficiência, Taylor propôs uma alteração radical, com nova divisão de responsabilidades, acentuando pesadamente as funções dos gerentes, cujo novo papel incluiria a busca da melhor maneira de desempenhar cada tarefa.

Em seus primeiros trabalhos, destacava propostas para os melhores métodos produtivos, buscando apresentar elementos para a racionalização na produção, principalmente relacionados aos padrões de produtividade e à remuneração dos trabalhadores. Conforme o argumento de Taylor, o grau de eficiência varia entre os trabalhadores, que devem ser pagos de acordo com seus resultados.
Até então, o resultado do trabalho dependia principalmente da iniciativa e da boa vontade do trabalhador, embora os trabalhadores não recebessem incentivos para tal. Dificuldades maiores observava entre os gerentes, igualmente despreparados, acomodados em práticas tradicionais e também sem incentivos para buscar novas formas de produção.

Para mudar esse estado de coisas, propôs os princípios da gerência científica, visando mudar sobretudo a forma de atuar dos gerentes e de suas relações com o trabalho. Lutou para reverter a crença de que os interesses dos trabalhadores por maiores ganhos não eram opostos aos dos proprietários por maiores lucros, e provava isso pela gerência científica.

Assim, começou a estabelecer as bases de uma nova ciência pela busca constante de novas ideias e formas de sistematizá-las, segundo princípios científicos. Acreditava nas contribuições dos trabalhadores, mas julgava-os incapazes de sistematizar ideias no sentido de estabelecer princípios científicos, tarefa reservada aos gerentes. Por esses princípios, poder-se-ia padronizar ações humanas de tal forma a fazer as pessoas tão previsíveis e eficientes como as máquinas.

Assim, ficaram famosas as suas propostas de: desenvolver uma ciência da gerência para evitar o empirismo no ambiente de trabalho; praticar seleção científica, o treinamento e desenvolvimento dos trabalhadores; levar a ciência aos trabalhadores em todas as dimensões de suas tarefas; e promover a divisão equitativa do trabalho entre gerente e trabalhador para maior cooperação entre ambos.
Nas intervenções sobre métodos produtivos, centrou suas atenções em três aspectos que julgava primordiais: tempos e movimentos; salários e incentivos; e funcionalidade organizacional.
Nessa área, Taylor via a sua contribuição como substituir a discórdia pela harmonia e garantir eficiência e prosperidade para todos. Para isso necessitava de um profundo compromisso com a ciência e com a cooperação amistosa.

2018 começa com 408 oportunidades em concursos do Judiciário

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2018/01/10/internas_economia,652397/locadoras-se-unem-para-enfrentar-o-futuro.shtml

08/01/2018 06:00 | Atualização: 09/01/2018 11:02

Mariana Fernandes / Lorena Pacheco / Anna Russi*/

Ed Alves/CB/D.A Press
Cursinhos preparatórios: estudantes precisam prestar atenção à concorrência que, normalmente, é muito grande para postos na Justiça
 
O ano começou com 408 vagas abertas no Judiciário. No Supremo Tribunal Militar (STM), são 42 oportunidades para contratação imediata, além da formação de cadastro reserva, distribuídas em cargos de níveis médio e superior, com salários de R$ 6.708 a R$ 11.006. As inscrições podem ser feitas até o dia 15. A seleção está sendo organizada pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) e as taxas variam de R$ 75 a R$ 86.

 
 
 
O edital para o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) foi lançado com 235 vagas para o posto de escrevente técnico judiciário, que exige níveis médio de formação. O salário é de R$ 4.706, para 40 horas de trabalho semanal. As inscrições poderão ser feitas de 9 de janeiro a 14 de fevereiro pelo site da Fundação Vunesp. A taxa custa R$ 68.
 
O Tribunal de Justiça de Alagoas também abriu 131 vagas para cargos de nível médio e superior. A remuneração vai de R$ 2.550 a R$ 5.101 e as inscrições podem ser feitas até 15 de fevereiro pelo site da Fundação Getulio Vargas (FGV). São 100 vagas para técnico da área judiciária e as demais chances, para analista da área judiciária, oficial de justiça avaliador e estatística.
 
Como a maioria das vagas previstas no Orçamento da União são destinadas a seleções do Poder Judiciário, especialistas em concursos públicos consideram que 2018 será o ano dos editais para tribunais. São sempre seleções muito concorridas, tanto pela carreira, quanto pelos bons salários — o certame do Tribunal Superior do Trabalho (TST), com 52 vagas, recebeu 105 mil inscrições.
 
A publicitária Priscila Maron, 25 anos, participou do concurso do TST, mas não teve sucesso. Começou a estudar em meados do ano passado e, apesar de focar nas vagas da Justiça, participou de outras seleções para treinar e se preparar para o que realmente quer. “Muitas vezes dá até para aproveitar a semelhança de conteúdos entre alguns concursos, e é sempre útil para treinar. Neste ano, já vi que tem vários concursos autorizados, mas não acredito que todos saiam. Em ano de eleições, acho difícil ter nomeações.”
 

Previsão

No âmbito de seleções previstas, a que promete ser uma das maiores do ano é a para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com comissão organizadora formada desde junho, o órgão publicou, em dezembro, no Diário Oficial da União, que escolheu o Cebraspe como banca responsável pelo processo seletivo. A previsão do órgão é de que o edital saia neste ano, mas ainda não há informações de vagas e cargos.
 
O último concurso do STJ, ocorreu em 2015, com 65 oportunidades para candidatos com níveis médio e superior, além de formação de cadastro de reserva, que foram disputadas por mais de 71,4 mil inscritos. Os salários oferecidos à época foram de R$ 8.803, para nível superior, e R$ 5.365, para médio. Foram feitas 269 convocações.
 
Na esfera regional, o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, com sede no Rio de Janeiro, já anunciou que deve abrir chances para analistas e técnicos nas áreas judiciária, administrativa e de apoio especializado. O TRT da 15ª Região, com sede em Campinas (SP), já contratou a Fundação Carlos Chagas (FCC) para uma nova seleção — as vagas ainda não foram definidas, mas, atualmente, o órgão conta com 129 cargos desocupados.
 
O TRT da 18ª Região, em Goiás, também contratou a FCC e a expectativa é de abertura de seis vagas e cadastro de reserva de níveis médio e superior. Os postos já foram autorizados pela Assembleia Legislativa local. No Rio Grande do Sul, o Tribunal de Justiça vai lançar mais um edital — depois dos dois abertos no ano passado. Agora, para oficial de justiça e na área da tecnologia da informação, com salários de R$ 8.995 a R$ 11.073.

“Neste ano, já vi que tem vários concursos autorizados, mas não acredito que todos saiam. Em ano de eleições, acho difícil ter nomeações”
Priscila Maron, publicitária

 

Comece a estudar o quanto antes

Quem deseja garantir um cargo público deve começar se preparar o quanto antes. Aragonê Fernandes,  professor de direito constitucional do Gran Cursos Online, defende que os estudos devem passar inicialmente pela leitura da legislação. “Isso é básico e muito importante. Além disso, tem chamado a atenção a quantidade de questões envolvendo súmulas. Esse é um grande desafio, pois a grande maioria não lê esse tipo de material. Se destacará o candidato que estudar essa parte”. Segundo ele, a resolução de questões anteriores é uma forma muito eficaz de garantir resultados. “Deve-se apostar na preparação antecipada e os cursos preparatórios despontam como um grande auxílio para encurtar o caminho até a aprovação”, enfatiza.
 

Continuidade

De acordo com o professor de português do Gran Cursos Online, Elias Santana, o mais relevante é o candidato não parar de estudar. “O que costumamos observar é que muitas pessoas deixam de estudar pensando que 2018 não será bom por ser ano eleitoral. Seria equivocado da parte do aluno não começar a preparação a partir de agora”, aconselha. “Os concursos vão ocorrer, não há como fugir da necessidade de se fazer determinadas seleções, ainda mais as de grande porte. E o mais importante é o candidato deixar de olhar para essas estatísticas bobas e que passe a focar na necessidade de estar preparado para tudo que surgir. ”
 
A advogada Natália de Araújo, 24 anos, por enquanto, estuda por conta própria, sem o auxílio de cursinhos, mas não descarta procurar ajuda, caso considere que o aprendizado será mais fácil se começar a frequentar as aulas.  O fato é que a advogada não parou de estudar desde que se formou, pois emendou a graduação com uma pós, que durou um ano e meio, e continua se dedicando a ampliar seus conhecimentos e se preparando para realizar seu objetivo: estabilidade na carreira e boa remuneração.
 
Para Leandro Antunes, professor de direito penal e processual penal militar do IMP Concursos, a dica para garantir uma vaga no serviço público é simples: escolha a carreira desejada, leia os editais anteriores, planeje os estudos e mãos à obra. “O sacrifício para o concurseiro é gigante, mas, futuramente, tudo será recompensado”, encoraja o especialista.
 
A dica de Bruno Eduardo, professor de administração do Gran Cursos Online, é interpretar o estilo da banca organizadora. “O Superior Tribunal Militar (STM) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) serão organizados pelo Cebraspe, portanto, é necessário observar questões anteriormente cobradas e perceber as mudanças de estilo e níveis de dificuldade dos últimos dois anos.” Ele sugere que, para esses dois tribunais, o candidato separe questões de concursos de 2016 e 2017 e veja exatamente o que caiu para estudar o assunto abordado.
 
Outra recomendação importante para quem vai fazer prova do Cebraspe: “se não sabe, não arrisque”. O estilo da banca é aquele em que o candidato é punido por erro, ou seja, para cada questão divergente do gabarito, há um ponto negativo. “Isso é o Cebraspe te dizendo para não marcar todas as questões e também fazendo uma seleção. Não se arrisque em chutar questões que não saiba, mas também não vá despreparado. Vá para a prova estudado e sabendo quantas questões deve marcar.”
 

Horários

Para se dedicar a um edital tão importante quanto o de um tribunal, é necessário considerar os estudos como um trabalho. Portanto, há turnos e horários a cumprir. “Estabeleça horários de estudo, como, por exemplo, oito horas diárias, com possibilidade de duas horas adicionais. Deixe tempo para refeições, descanso entre turnos e tenha uma boa noite de sono”, explica.
 
Também é importante, segundo Bruno, fazer um calendário de estudo de hoje até o dia da prova e revisá-lo a cada semana, tendo em vista que algumas disciplinas poderá ser adiantada mais rapidamente que outras. “Não deixe de estudar disciplinas chatas ou difíceis, mas se lembre que não terá que responder a todas.” (MF, LP e AR)
 

Fique atento! 

Confira as seleções já abertas e as que podem abrir neste ano
 

Abertos

 
Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Vagas: 300
Nível: médio e superior
Inscrição: de 9 a 20 de janeiro
Salário: de R$ 6.302,23 
a R$ 16.620,46
 
Superior Tribunal Militar
Vagas: 42
Nível: médio e superior
Inscrição: até 15 de janeiro
Salário: R$ 6.708,53 a R$ 11.006,83
 
Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap)
Vagas: 96
Nível: médio e superior
Inscrição: até 2 de fevereiro
Salário: R$ 2.804, 87 a R$ 12.647,36
 
Aeronáutica
Vagas: 183
Nível: médio
Inscrição: de 8 de janeiro a 6 de fevereiro
Salário: R$ 4.627,46
 
Saneamento de Goiás S.A (Saneago)
Vagas: 338
Nível: médio e superior
Inscrição: até 5 de fevereiro
Salário: de R$ 2.353,96 a R$ 9.262,41
 
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP)
Vagas: 235
Nível: médio
Inscrição: de 9 de janeiro a 14 de fevereiro
Salário: R$ 4.706,53
 
Fundo de Previdência dos Servidores de Aparecida de Goiânia
Vagas: 209
Nível: fundamental, médio e superior
Inscrição: até 8 de fevereiro
Salário: de R$ 937 a R$ 4 mil
 
Tribunal de Justiça do Amazonas
Vagas: 51
Nível: superior
Inscrição: de 15 de janeiro a 2 de março
Salário: Não informado
 
Tribunal de Justiça de Alagoas
Vagas: 131
Nível: médio e superior
Inscrição: de 8 de janeiro a 15 de fevereiro
Salários: de R$ 2.550,96 a 
R$ 5.101,92
 
Departamento de Trânsito do Maranhão (Detran/MA)
Vagas: 170
Nível: médio e superior
Inscrição: até 18 de janeiro
Salário: de R$ 1.400 a R$ 4.400
 
Ministério Público de Goiás
Vagas: 1
Nível: fundamental
Inscrição: de 15 de janeiro a 13 de fevereiro
Salário: R$ 3.118,89
 
Conselho de Psicologia da 12ª Região
Vagas: 244
Nível: médio e superior
Inscrição: até 22 de janeiro
Salário: de R$ 2.160 a R$ 3.600
 
Banco do Rio Grande do Sul (Banrsul)
Vagas: 120
Nível: superior
Inscrição: até 8 de Janeiro
Salário: R$ 3.437,75
 
Procuradoria-Geral do Tocantins (PGE/TO)
Vagas: 40
Nível: superior
Inscrição: até 31 de Janeiro
Salário: R$ 26.125,17
 
Secretaria de Educação do Paraná
Vagas: 10.000
Nível: superior
Inscrição: de 2 de janeiro a 12 de janeiro
Salário: até R$ 11,7980
 
Polícia Civil do Rio Grande do Sul
Vagas: 1.200
Nível: superior
Inscrição: até 19 de janeiro
Salário inicial:  R$ 5.641,20
 
Defensoria Pública do Amazonas (DPE/AM)
Vagas: 25
Nível: superior
Inscrição: até 16 de janeiro
Salário: R$ 14.600,30
 
Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe)
Vagas: 969
Nível: médio e superior
Inscrição: até 30 de janeiro
Salário: de R$ 1.599,20 a R$ R$ 3.636,72
 
Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH)
Vagas: 1 mil
Nível: médio e superior
Inscrição: até 9 de janeiro
Salário: de R$ 1.000 e R$ 7.425,31
 
Câmara de Belo Horizonte/MG
Vagas: 102
Nível: médio e superior
Inscrição: até 4 de janeiro
Salário: de R$ 3.187,25 a R$ 7.853,62
 
Câmara de Salvador/BA
Vagas: 60
Nível: médio e superior
Inscrição: até 10 de janeiro
Salário: de R$ 4.575,44 a R$ 5.751,35
 
Câmara de Foz do Iguaçu/PR
Vagas: 7
Nível: médio e superior
Inscrição: até 1º de janeiro
Salário: R$ 7.911,87
 
Secretaria do Bem-Estar Social de Roraima (Setrabes)
Vagas: 73
Nível: médio e superior
Inscrição: até 2 de fevereiro
Salário: de R$ 2.223,34 a R$ 4.111,65
 
Petrobras
Vagas: 353
Nível: superior
Inscrição: 9 a 30 de janeiro
Salário: de R$ 9.786,14 a R$ 10.544,04
 
Transpetro
Vagas: 321
Nível: médio
Inscrição: até 31 de janeiro
Salário: de R$ 3.712,67 a R$ 6.619,90

 

Autorizado, aguardando edital

 
Órgão – Vagas
  • Advocacia-Geral da União – 100
  • Secretaria de Saúde do DF – 416
  • SEDESTMIDH – 314
  • Câmara Legislativa do Distrito Federal – 86
  • Adasa – Não informado
  • Sefaz-DF – 120
  • Polícia Militar do DF – Não informado
  • Superior Tribunal de Justiça – Não informado
  • Tribunal Regional de Trabalho da 2ª Região – Não informado
  • Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região – Não informado
  • TRT da 15ª Região – Não informado
  • Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região – Não informado
  • Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul – Não informado
  • Polícia Civil de São Paulo – 2.750
  • Polícia Civil da Bahia – 1.000
  • Polícia Civil do Espírito Santo – Não informado
  • Polícia Militar do Espírito Santo – 310
  • Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo – 120
  • Corpo de Bombeiros de Goiás – 274
  • Secretaria de Planejamento e Gestão de Minas Gerais – 16.700
 
Expectativa de abertura
  • Ministério Público da União
  • Câmara dos Deputados
  • Senado Federal
  • Tribunal Superior Eleitoral
  • Supremo Tribunal Federal
  • Polícia Rodoviária Federal
  • INSS
  • Ministério do Trabalho
  • Receita Federal
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira

Entrevista sobre indicadores em Compras Públicas com o professor da ENAP Thiago Bergmann

(29/09/2017) Entrevista sobre indicadores em Compras Públicas com o professor da Enap Thiago Bergmann. As perguntas foram elaboradas pelos professores da Enap Bruno Eduardo Martins e Fábio Jacinto.

 

1-Olá Professor. O tema de indicadores é bastante delicado quando precisamos elabora-los num processo de compras. Poderia nos explicar como demonstrar numa compra os indicadores de resultados: eficácia, eficiência e efetividade?

Thiago: Antes de qualquer coisa, é importante delimitar que o gestor deve escolher bem os indicadores que utilizará. Conheço vários casos em que indicadores são criados com o mero intuito de satisfazer a necessidade de informar que existem, mas viram apenas uma burocracia se cumprir, sem direcionarem nenhuma tomada de decisão. Isso é um tremendo erro!

Desse feito, acho importante conceituarmos os seguintes três tipos de indicadores:

Eficácia é a relação entre os resultados obtidos e os resultados pretendidos: fazer da melhor maneira, isto é, atingir os resultados esperados.

Eficiência é relação entre os resultados obtidos e os recursos empregados: fazer da melhor maneira utilizando a menor quantidade possível de recursos.

Efetividade: é fazer o que tem que ser feito, tendo capacidade de atingir objetivos, utilizando bem os recursos disponíveis; capacidade de ser eficaz (objetivos) e eficiente (usar bem os recursos) ao mesmo tempo; realizar a coisa certa para transformar a situação existente. Os indicadores de efetividade avaliam o impacto;

 Percebo uma tendência de focar nos indicadores de eficiência, pois conseguimos observar com maior facilidade os recursos que são diretamente utilizados nas compras públicas: tempo, pessoas, recursos financeiros, etc. É muito comum encontrarmos indicadores de tempo de tramitação de processos. Isso já foi meta do CNJ e atualmente consta do planejamento estratégico da Secretária de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão SEGES/MPDG. Da mesma forma, a CGU recentemente fez todo um estudo sobre a economicidade do processo de compras com base na diferença entre a estimativa de custos e o valor final após a realização do pregão. O problema desse tipo de indicador é que ele gera um moral hazard (risco moral): sabendo da avaliação, as estimativas iniciais podem ser infladas pelas áreas para não correr o risco de ter uma redução muito pequena do custo final frente ao estimado. Isso traduz um problema mais amplo dos indicadores de eficiência: eles transmitem pouco a qualidade do que está sendo realizado.

Já no caso dos indicadores de eficácia, são raros os exemplos concretos. Tivemos uma palestra nesse sentido na ENAP com um professor da George Washington University e ele abordou esse ponto. De forma bem humorada, ele contou que pouco importa você fazer a compra toda regular, com o preço mais barato já pago e no menor tempo possível se a satisfação do usuário não for atendida.  A coisa mais simples, que é a satisfação do usuário, é completamente ignorada. Vemos que uma prática tão comum no setor privado não foi incorporada no setor público. Em toda compra que realizamos na internet, ou em toda revisão numa concessionária, recebemos um formulário para responder sobre a satisfação como cliente. Acredito que esse tipo de indicador é muito mais importante.

Os indicadores de efetividade poderiam demonstrar se os impactos da velocidade das compras ou de um pagamento maior (por exemplo, decorrente de uma especificação mais robusta quanto à qualidade) melhoraram a satisfação do usuário, gerando inputs para a tomada de decisão de futuras contratações.

 

2- Na sua opinião, qual o indicador mais difícil de ser mensurado?

Thiago: Essa pergunta é bastante interessante e vou investir um tempo nessa resposta. Como disse anteriormente, existem vários exemplos de indicadores de tempo do processo de compras. Eu não acho que seja um indicador útil se não for qualificado. Como vou comparar o tempo de um pregão de compra de lápis, caneta e borracha com a compra de equipamentos de biometria? Ademais, ainda temos casos de pregões com vários itens que tendem a demorar mais do que pregões com poucos itens, sendo que para o órgão é menos trabalhoso ter poucos pregões.

Logo, para ser um direcionador da atuação do gestor, é necessário agrupar os objetos por similaridade. O que permitiria estudar, por exemplo, o ponto ótimo do agrupamento de itens dentro de determinado objeto.

Evoluindo nesse ponto, percebo que usar esse indicador isoladamente em um órgão não explora toda a potencialidade. O ideal seria que tivemos esses estudos centralizados, um IBGE das compras públicas, que pudessem estabelecer padrões e coletar dados para divulgar os indicadores e fornecer fonte segura de informações para os gestores públicos. Talvez o ideal seria a ENAP ou a CGU assumir essa tarefa. O laborioso colega Franklin Brasil tem ideias muitos interessantes nessa linha.

Essa padronização é importantíssima. Ilustro: certo órgão, para apurar o indicador de prazo para realizar os pregões, acresceu as compras feitas por adesão às atas de registro de preços de outros órgãos por entender que essas substituem os pregões que seriam realizados pelo próprio órgão.

Um outro indicador bem complicado é o de economicidade das compras. Não raro os estudos tratam a diferença entre o valor estimado e o valor final do pregão como uma medida de sucesso da licitação. Enquanto isso seria válido no caso da pesquisa de preços ter sido realizada com propostas de fornecedores, esse número é totalmente esquizofrênico se a pesquisa foi feita com preços praticados em outros órgãos, ou seja, uma diferença muito grande denotaria não um sucesso, mas um fracasso da pesquisa de preços. De novo, mais um qualificador necessário no indicador, que seria melhor tratado numa avaliação multiorganizacional do que isoladamente.

Acrescento ainda o indicador de custos do processo de compras. Pude conhecer um excelente estudo disponibilizado pela professora Cecília Costa da PR-DF que, considerando o esforço temporal de cada etapa da compra, calcula o custo do processo. Como esse custo é fortemente influenciado pela folha de pagamentos, o que me indica que comprar caneta no Senado seja mais caro que no Ministério do Planejamento do que no Poder Judiciário ainda que os tempos de tramitação sejam os mesmos? No caso, eu prefiro imaginar que o orçamento total do órgão foi dividido nos seus macroprocessos, compras sendo um deles, e apurar qual percentual do orçamento é aplicado em cada atividade.

 

3-Muitas vezes ao descrever o objeto de licitação vejo que há dificuldade na descrição da qualidade do objeto, como exemplo descrever a caneta “Bic”. Sempre digo que basta pensar no que a caneta faz, escrever. Podemos utilizar esses parâmetros de indicadores para descrição da qualidade do objeto?

Thiago: Essa pergunta é excelente. Sem adentrar em outra discussão super relevante que é a pré-qualificação de marcas, entendo que esses indicadores de qualidade podem ser aplicados sim. Um exemplo bem trivial é a compra de café. É raro eu encontrar um órgão que esteja satisfeito com a sua compra de café e continuamos comprando café da mesma forma.

Enfatizo que para gerar uma legitimidade no atual modelo de compras, fortemente descentralizado, poder-se-ia realizar uma ampla pesquisa de marcas indicadas pelos “usuários” da compra em múltiplos órgãos ou ainda uma avaliação da qualidade dos produtos entregues. Note que esse conceito não tem nada de novo. No estudo do marketing, sabemos bem que produtos que não têm qualidade e serviços que não se preocupam com a satisfação do usuário não sobrevivem no mercado concorrencial. Porém, continuamos a permitir a sobrevida ou a desova desses produtos no setor público quando não adotamos essas práticas.

 

4-Entre os temas debatidos atualmente no âmbito das compras públicas está a Qualidade do Gasto Público. Se você tivesse que construir um indicador para verificar a “qualidade do gasto” de determinada contratação, se for possível, quais seriam os parâmetros que você consideraria para construção desse indicador?

Thiago: Essa discussão é instigante. Muitas vezes temos a tendência de firmar um indicador mais fácil de apurar mas que não reflete a realidade do gasto público realmente. Exemplo: Tenho objetivo que toda criança tenha livro didático para um programa educacional. Poderia definir indicadores de quantidade de livros comprados ou quantidade de criança sem livro, mas não avaliamos o impacto dessa aquisição na educação das crianças.

Nas contratações diretamente ligadas ao Planejamento Estratégico, essa observação é mais fácil. Exemplo: A Justiça Eleitoral tem um parque de 530 mil urnas. Obviamente, a reposição por obsolescência é feita de forma escalonada. Posso acompanhar, de cada modelo de urna, como se comporta o índice de quebra ou a necessidade de substituição durante a votação ou realização de eleição em urna de lona e tomar a decisão quanto à necessidade de contratação de serviços de manutenção ou reposição das urnas. Ou seja, se o meu objetivo é realizar a eleição de forma célere e com segurança, preciso das urnas funcionando nas votações. Um aumento do índice de quebras me demonstraria que as contratações de manutenção e compra não foram bem realizadas.

Nas contratações de suporte, essa aferição é mais complexa mas ainda assim possível. Inicialmente deve-se ter clareza do objetivo daquela contratação. Exemplo: ao efetuar a contratação de determinado mobiliário, o tempo de reposição foi alterado ? O índice de quebra foi menor ?

Obviamente, esse acompanhamento deve ser de longo prazo. A estrutura de governança pode definir como estudos seriam realizados e até conjugados para a melhoria de qualidade, num esforço transorganizacional.

 

5-Um indicador utilizado como exemplo no livro Transformando o Sistemas de Indicadores (2015), da Fundação Nacional da Qualidade é o IDF (Índice de Desempenho dos Fornecedores). Em tese esse índice seria calculado pela razão entre lotes de produtos aceitos e lotes de produtos entregues deduzindo cinco pontos para cada não conformidade. Tendo apenas como exemplo o referido indicador; considerando os princípios da administração pública e as restrições técnico-legais um índice de desempenho de fornecedores (IDF) seria aplicável ao contexto da Administração Pública Brasileira e como um órgão ou entidade poderia se beneficiar desse tipo de indicador?

Thiago: Entendo que sim, mas não de forma direta. Outra prática da iniciativa que não adotamos fortemente nas contratações públicas é desenvolver nossa cadeia de fornecedores. Notamos que uma indústria automobilística, uma montadora seleciona e desenvolve seus fornecedores de freios ou suspensão, cobrando destes resultados e qualidade. Enquanto o serviço público não é uma atividade industrial, mesmo o setor de serviços precisa de insumos para execução. Escolas, por exemplo, credenciam malharias para fornecer seus uniformes.

Diante desse contexto, entendo que a solução seria utilizar mais fortemente a solução do credenciamento. Gosto de pensar na licitação de forma holística e dividir em duas grandes decisões: quem vai me fornecer e quanto eu vou pagar, vez que a decisão do que eu vou receber já foi tomada no planejamento da contratação.

Na escolha do fornecedor, se meu objetivo é desenvolvê-los, não vejo proveito em escolher um, se eu posso escolher todos. Especialmente quando eu dou apenas 8 dias úteis para ele se preparar. Houve uma banalização do conceito de bem comum, o que não acho errado, mas não foram escalonados concomitantemente os prazos de publicação do edital.

Por isso, poder-se-ia manter as especificações permanentemente divulgadas, como uma espécie de catálogo, bem como as condições de participação ou fornecimento. Um breve parêntese: reflita como é difícil para um fornecedor acompanhar as especificações de toda a administração pública quando o CATMAT é ignorado e os órgãos se vinculam única e exclusivamente pelos editais.

Em suma, acho que a administração não conseguiria utilizar de forma ampla esse indicador de desempenho de fornecedor, mas poderia adotar mais fortemente o mecanismo de credenciamento como medida de desenvolver a divulgação àqueles que querem vender para o setor público, uma vez que as condições seriam transparentes e com regras bem definidas.

 

6-Sabe-se que muitos problemas na qualidade de produtos ou serviços contratados decorrem da gestão e fiscalização ineficiente do contrato; nesse sentido, quais seriam os parâmetros importantes, que auxiliariam na construção de indicadores que para avaliar se determinado órgão faz ou não uma boa gestão de seus contratos?

Thiago : Na minha opinião, o indicador mais importante é se a necessidade do destinatário do objeto desse contrato foi atendida com qualidade. Os contratos que utilizam o Instrumento de Medição de Resultados (IMR), recém-criado pela IN 05/2017 SEGES/MPDG, já têm essa lógica apesar da maioria dos órgãos assumir indicadores de eficácia como tempo de atendimento de demanda ou disponibilidade do serviço.

 

7-Hoje um tema bastante debatido são as Compras Governamentais Sustentáveis. Você acredita que os indicadores de sustentabilidade utilizados em organizações privadas podem também ser utilizados por órgãos e entidades do Governo, ou há alguma ressalva sobre o tema?

Thiago: Entendo que é possível a utilização desses indicadores mas é preciso fazer algumas ressalvas. Inicialmente, são poucos os estudos acadêmicos e reconhecidos em muitas das áreas da sustentabilidade. Por exemplo: como se calcula a economia da instalação de usina fotovoltaica? Qual o consumo de água nas cadeias produtivas dos bens e serviços que utilizamos? Entendo que a administração poderia formar parceria com as universidades para fomentar pesquisas nesse sentido. Outro ponto controverso é a acreditação das entidades que elaboram esses índices. O setor público tem mais facilidade em aceitar avaliações feitas pelo Inmetro mas dificuldade em avaliar outros casos. Nesse sentido, defendo que o primeiro passo é criar regras para essa acreditação/certificação das questões ligadas à sustentabilidade bem como apoiar ações de autorregulação do setor, como vêm sendo defendido, por exemplo, para os fundos de pensão pela ABRAPP.

 

8-Sabe-se que os indicadores se prestam para diversos fins, entre eles a tomada de decisão. Que tipo de indicador você acha que ajudaria o gestor a pensar sobre terceirizar ou não determinada atividade?

Thiago: Essa pergunta está bem alinhada com a recomendação do TCU no sentido que os órgãos devam definir sua estratégia de terceirização, no âmbito da governança das aquisições.

Em sentido amplo, se as variáveis dos custos de pessoal tiverem o mesmo valor (salário, benefícios, etc), terceirizar será mais caro pois, via de regra, além desses custos, remunera-se os custos administrativos e de capital da empresa. Logo, a terceirização deve ser vista como medida de mitigação de riscos de descontinuidade do serviço e busca de eficiência, nos termos de Ronald Coase (1937) diria que prevê a decisão de terceirizar sempre, a menos que os custos transacionais/administrativos sejam muito elevados. Tipo: supervisionar o resultado de um terceirizado frente a contratar um empregado internamente.

Inicialmente, vamos separar a conversa da terceirização de atividades com dedicação exclusiva de mão de obra das demais terceirizações. No primeiro caso, é importante contextualizar que a ideia de terceirizar vem de muito tempo, com o enfoque que a administração deve concentrar recursos nas suas atividades finalísticas. Enquanto isso é válido em contratações de serviços de limpeza e vigilância, essa visão fica embaçada quando estudos a terceirização nos órgãos. Por exemplo, no STF, os cargos efetivos são divididos em cerca de 20 especialidades enquanto os terceiros são alocados em 108 especialidades diferentes. Logo, inegável que parte dessa força de trabalho substitui a atuação de servidores em serviços menos “nobres” com vistas a produzir ganhos de produtividade. Esse ponto precisa ser revisitado periodicamente para aferir se essa estratégia de terceirização contínua válida. Mesmo com a implantação de sistemas de tramitação de processos, como o Pje e o SEI, continuamos a ver os órgãos com contratações de serviços de mensageria. Ou ainda com a entrada de novos servidores nos órgãos, vemos a contratação de terceiros para serviços de apoio administrativo com atividades descritas como elaboração documentos em softwares editores de texto, criar planilhas eletrônicas ou fazer buscar na internet, atividades que fazem parte do dia a dia de qualquer servidor atualmente.

O contraponto nesse sentido é o engessamento causado pelo concurso público. Definimos no momento de entrada o que o servidor vai fazer os próximos 30 anos. Eventualmente, a necessidade pode ser alterada, como aconteceu, por exemplo, nos casos de taquígrafos. Logo, essa estratégia de terceirização é influenciada pela maneira que os cargos efetivos são providos, levando que as novas demandas de serviços técnicos sejam atendidas por terceirização (mais fácil) do que por provimento de cargos efetivos (mais difícil). Diante desse quadro, uma melhoria nesses mecanismos de ingresso pode permitir que a entrada ocorra em cargo amplo e que as demandas sejam atendidas como solução de gestão de pessoas, fortalecendo as escolas de governo.

Diante desse contexto, o gestor deve considerar: qual o nível de disponibilidade que almeja da prestação de serviços? As premissas que justificaram a terceirizaçãocontinuam válidas? Existem atividades que poderiam ser absorvidas, ainda que com mudanças da forma de execução, pelos servidores a partir do desenvolvimento de novas competências ou mudanças das rotinas de trabalho? Qual o custo administrativo que eu teria para administrar o contrato?

Na terceirização sem a dedicação exclusiva de mão de obra, buscamos alocar recursos temporariamente ou aproveitar a expertise da empresa como acontece em contratações de call center, fábricas de software ou serviços de logística. Esses modelos, via de regra, serão mais eficientes que a execução direta ou com dedicação exclusiva nos casos de baixa ou média necessidade de disponibilidade. Logo, esse deve ser o indicador avaliado pelo gestor: Qual o nível de disponibilidade que necessito dos serviços?

 

9-Uma técnica muito utilizada por organizações não governamentais é o benchmarking. Ele pode ser utilizado para diversos propósitos. Entre eles comparar o desempenho com outras organizações e até governos com objetivo de aprimorar processos e produtos e resultados. Como exemplo temos indicadores das Nações Unidas que comparam países. Do ponto de vista prático, você acha que a criação desse tipo de indicadores padronizados (genéricos), que fossem aplicáveis para todas as unidades de compras e que permitissem a comparação entre essas unidades seria viável na Administração Pública Federal Brasileira?

Thiago Excelente pergunta. Respondo com um grande: SIM! Temos uma dificuldade enorme em fazer esse tipo de avaliação. Um caso de sucesso, na minha opinião, é o relatório Justiça em Números do CNJ. Ali, existe um diagnóstico muito bem feito e padronizado do Poder Judiciário Brasileiro. Da mesma forma, o Departamento de Pesquisas Judiciárias tem excelentes pesquisas publicadas que carecem que os gestores as conheçam, estudem e apliquem os cenários ali indicados. Não existe a necessidade de querer se reinventar, se propor novos cenários, a cada mudança de gestão, sem levar em conta as avaliações já realizadas, o que causa um grande impacto nas áreas de compras.

Delineado esse contexto e em linha com a resposta da pergunta anterior, essa padronização é essencial para que o desempenho possa ser medido e que as decisões sejam tomadas a partir dele. Esse é um grande problema do nosso setor público: não “punimos” ou premiamos os gestores em relação ao atingimento das metas estabelecidas (acredito que já superamos a fase da inexistência das metas).

Essa padronização deve considerar as particularidades já mencionadas aqui como a característica do objeto e a sua recorrência e, no segundo momento, permitir a tomada de decisões.

 

10-Existem muitas tentativas de se monitorar e avaliar o desempenho na administração pública, desde o desempenho de políticas públicas até o desempenho do servidor público (vide PL 116). Nesse sentido, você acredita que um sistema de medição de desempenho para as compras governamentais seria capaz de proporcionar mudanças significativas na forma de determinado órgão ou entidade contratar? Quais seriam?

Thiago: Antes de definir os indicadores, precisamos ter diretrizes claras dos modelos de contratação. Não posso comparar a contratações diferentes mesmo que o objeto pareça semelhante. Um órgão compra vacina de gripe para distribuir e aplicar nos municípios do Amazonas é diferente que comprar vacina para aplicar em um órgão do mesmo estado.

Logo, vejo os cadernos de logística como boas ferramentas de apresentação dos modelos, vantagens e diretrizes para cada um e dos indicadores de avaliação. Assim, órgão com modelos semelhantes poderiam validar seu desempenho.

Ou seja, esse conjunto de modelos e respectivas vantagens, diretrizes e indicadores que podem ajudar a promover mudanças em buscas de contratações mais eficientes.

 

Thiago Bergmann é Mestre em Administração, bacharel em Ciências Contábeis e licenciado em Matemática pela Universidade de Brasília (UnB). Ocupa o cargo de Analista Judiciário no Tribunal Superior Eleitoral, com atuação nas áreas de auditoria e de licitações e contratos. Professor na Enap e em empresas privadas de capacitação, também tem experiência na educação básica e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Fábio Jacinto Barreto de Souza é Doutorando em Administração Pública e Políticas Públicas (PPGA/FACE/UNB), mestre em Administração pela Universidade de Brasília (UNB), MBA em Gestão Estratégica da Tecnologia da Informação pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e graduação em Administração pela Universidade Católica de Brasília (UCB). É Administrador da Advocacia-Geral da União, professor substituto e pesquisador na Universidade de Brasília (UNB/FACE/ADM) e Coordenador Adjunto do Curso de Gestão Pública Centro Universitário de Brasília (UniCeub).
Bruno Eduardo Martins é Bacharel em Administração pela Universidade de Brasília e Especialista em Gestão de Projetos – PMI. Servidor público no Superior Tribunal Militar, Consultor de Administração e Professor, tem experiência no segmento de Gestão, atuou 5 anos na execução orçamentária e financeira, passando a atuar mais 5 anos no Controle Interno do STM como Auditor e um ano e meio como Supervisor do Serviço Médico do Tribunal. Atualmente auxilia a Gestão da Coordenação de Serviços de Saúde do STM, presta consultorias a Micro e Pequenas Empresas e atua como Professor colaborador na ENAP, Professor de Pós-graduação no IMP, Professor de Concurso Público no Grancursos Online e Professor em empresas do setor privado que realizam capacitações aos servidores públicos.

 

https://comunidades.enap.gov.br/mod/forum/discuss.php?d=112#p322

Transparência finaliza capacitação de servidores estaduais quanto à gestão e ordenação de despesas públicas

Encerrou nesta sexta-feira (18 de agosto de 2017) a Capacitação de Gestores e Ordenadores de Despesas Públicas promovido pela Secretaria de Estado de Transparência e Controle (STC), por meio da Secretaria Adjunta de Administração e Finanças (SAAF/STC). Ao todo, 50 servidores foram capacitados no curso que teve a carga horária de 35 horas.

O curso foi dividido em sete módulos: administração financeira e orçamentária; recursos humanos; gestão de materiais (recursos materiais e patrimoniais); licitações e contratos; controles internos e externos; governança, governabilidade, accountability; e planejamento Estratégico.

Buscando garantir eficiência a toda Administração Pública e cumprindo sua missão institucional de prestar assistência aos órgãos do Poder Executivo, além dos servidores da STC, também foram capacitados servidores da atividade meio de outras secretarias e órgãos do Governo do Maranhão.

“A qualificação e a reciclagem dos servidores da atividade meio é essencial para que o órgão possa cumprir de modo eficaz as suas missões institucionais”, destacou o secretário de Transparência, Rodrigo Lago. “Nesse caso, aproveitamos pra inscrever também servidores das áreas de controle, para que possam compreender as dificuldades da gestão e em seus trabalhos possam apresentar soluções viáveis aos órgãos controlados”, finalizou.

A capacitação de gestores e ordenadores de despesas públicas teve como instrutor o professor Bruno Eduardo Martins, bacharel em Administração, formado pela Universidade de Brasília (UNB) e especializado em Gerência de Projetos – PMI. Bruno Martins também é professor colaborador da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).

 

 

Transparência promove capacitação de gestores e ordenadores de despesas públicas

Teve início nesta segunda-feira (14 de agosto de 2017) a Capacitação de Gestores e Ordenadores de Despesas Públicas promovido pela Secretaria de Estado de Transparência e Controle (STC), por meio da Secretaria Adjunta de Administração e Finanças (SAAF/STC). A capacitação, que acontece no “plenarinho” da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), vai até a próxima sexta-feira (18), com a carga horária de 35 horas.

A abertura da capacitação foi feita pelo secretário Rodrigo Lago.

A abertura da capacitação foi feita pelo secretário Rodrigo Lago.

O curso é dividido em sete módulos: administração financeira e orçamentária; recursos humanos; gestão de materiais (recursos materiais e patrimoniais); licitações e contratos; controles internos e externos; governança, governabilidade, accountability; e planejamento Estratégico.

O público principal da capacitação são servidores da atividade meio da Secretaria de Estado de Transparência e Controle (STC). Mas, buscando garantir eficiência a toda Administração Pública, e cumprindo sua missão institucional de prestar assistência aos órgãos do Poder Executivo, também foram disponibilizadas vagas para outras secretarias.

“A nossa meta é fazer com que nossos servidores estejam sempre atualizados acerca dos temas referentes à Administração Pública. No caso deste curso, tivemos uma alta adesão que se deve ao fato de ele ser dado na modalidade in company, ou seja, o Instituto está promovendo a aula aqui no nosso Estado, o que otimiza os gastos públicos e forma multiplicadores”, destacou Adaltina Queiroga, secretária adjunta de Administração e Finanças.

Servidores receberam material de apoio para acompanhar a capacitação.

Servidores receberam material de apoio para acompanhar a capacitação.

A capacitação de gestores e ordenadores de despesas públicas tem como instrutor o professor Bruno Eduardo Martins, bacharel em Administração, formado pela Universidade de Brasília (UNB) e especializado em Gerência de Projetos – PMI. Bruno Martins também é professor colaborador da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).